Pensamento da Semana

O sucesso é construído à noite! Durante o dia! Nós fazemos o que todos fazem. Mas, para obter um resultado diferente da maioria, temos que ser especiais. Se não fizermos igual ao resto do mundo, obteremos mesmos resultados. Não se compare à maioria, pois infelizmente ela não é modelo de sucesso.

28 março 2011

Isto de viver na miséria
Era o inverno de 2008, se não me engano, numa sexta-feira à noite provavelmente por volta das 23:00.
O meu irmão e eu percorríamos o caminho de volta para casa. Enquanto aguardávamos no cruzamento que o semáforo nos desse autorização para avançarmos, um homem sentado na calçada chamou a nossa atenção. Sessenta anos, vestido com roupas finas, chinelos nos pés escuros, todo encolhido, os braços envolvendo as pernas contraídas. Tremia.
O sentimento de compaixão emergiu-me instantaneamente e o meu irmão acompanhou-me na mesma sintonia.
Todos os sem abrigo procuram um canto onde se possam aconchegar. Mas todos eles já viveram uma vida melhor, outrora, por motivos que não se sabe ou que já esqueceram. Em tempos, tiveram uma boa impressão da sociedade, mas neste preciso momento têm uma opinião muito diferente. Muitos destes mendigos procuram viver da maneira que podem.Sentem-se sem poder algum na sociedade e também inferiorizados por ela. Passam os dias a viver das esmolas dos outros, tentando arranjar forma de comer e de sobreviver. Quando o frio aperta, procuram um abrigo onde não chove, onde não apanham frio. Recorrem muitas vezes à ajuda humanitária e ao bom coração das pessoas.
E do mais fundo da minha memória, surgiram aquelas palavras de meu pai, meias apagadas na folha de papel amarelado que encontrara na sua gaveta.
Pobre sociedade, sociedade pobre.
Que no dia-a-dia descobre
Muita gente a mendigar.
Uns mendigam para comer
Para assim poder viver.
Outros para pagar a renda
Para evitarem viver numa tenda.
Mas é triste ver mendigar
Por coisas menos importantes.
Ver mendigar ao vizinho do lado
Para que este o ajude no seu fado
Como se eles políticos fossem,
Mendigando votos para a sua eleição.
Mas quantos não precisam de mendigar
Se fizerem esforço para melhor trabalhar
Respeitando os outros, para se fazerem amar.



Sérgio Gomes

A MISÉRIA

Chegou o inverno. Com ele veio o sofrimento das pessoas mais carenciadas. Algumas delas serviram o nosso país, defenderam as nossas cores, choraram com saudade dos seus entes queridos, quando nessa época, os “grandes” se acomodavam nas suas benfeitorias e riquezas.

Hoje, são pessoas cabisbaixas, de olhar melancólico, num espelho não reflectido transmitindo-nos o desespero e a inconformidade do que nas suas almas percorre, absortas em pensamentos longínquos, escuros, trémulos.

Trazem roupas sem esplendor, sem outras marcas do que as do excesso do seu odor, do lixo onde dormem. São roupas tão poídas e amargas como as suas vidas. A fome marca-lhes o rosto e a alma. A almofada da vida que não vivem mas que apenas atravessam é feita somente de tristeza e de solidão. Como amigo têm o contentor do lixo e como amparo as mantas de papelão.

Cruzamo-las todos os dias, denegrindo a paisagem nos jardins, assustando os transeuntes. São os mendigos!

Mas é por entre a miséria que se encontram os seres mais astutos: grande e genuína tradição portuguesa é a Miséria.

Autores: Joel Ferreira, Tiago Gil

25 março 2011

Crónica: Consumismo exagerado



É domingo. Ei-los que chegam, de carros coloridos, donde saem os filhos, a mãe e a sogra. Vêm da periferia e parecem trazer no rosto a expressão ávida de quem vai entrar numa catedral.
Em filas, para as caixas automáticas, com os bolsos cheios de cartões de créditos, lá vão, caminhando para a fatalidade do consumismo exagerado.
É um entra e sai das lojas, um corrupio agradável, com grandes sacolas nas mãos. Com a mesma alegria no rosto, numa gelataria, vão saciando as ânsias com grandes gelados e ficam por instantes com um brilho fantástico nos olhos.
É a correria das crianças, com as mãos cheias de guloseimas, um autêntico festival de emoções.
É a escolha do melhor LCD, é a aquisição de um novo par de botas, um perfume para o marido, um bibelô lá para casa, porque é bonito, depois se verá onde o colocarão, umas sapatilhas Adidas porque estão em promoção.
No final do dia regressaram a casa um pouco tontos e lentamente vão tendo a verdadeira noção da realidade.
Lá vão aparecendo, as discussões com os maridos, os divórcios, as inúmeras cartas do banco, os telefonemas……e o resto.
Lá se foi a grande alegria estampada no rosto, para dar lugar à grande tristeza e ao desespero.
Comida para amanha: talvez sim ou talvez não.
De quem será a culpa? Da enganosa publicidade, da concorrência entre as marcas, da expansão dos grandes centros comerciais, não esquecendo os ilusórios saldos e créditos enganadores? Ou simplesmente será nossa a culpa, de nos iludirmos com um prazer imediato, esquecendo outros valores, aqueles que não se compram em centros comerciais nem se adquirem às prestações.
Elaborado por: Anabela
Paula Almeida

"A manifestação à Rasca "

“A geração à Rasca”

Este fim-de-semana de norte a sul do país, a “geração à rasca” promoveu uma manifestação, para mostrar o descontentamento de todos aqueles que hoje vivem aflitos, “à rasca”, sem trabalho ou com precariedade, revoltados com os sonhos que lhe prometeram, e que não viram concretizados. Muitos com prestações da casa em atraso ou já sem ela depois de a terem finalmente entregue ao banco, a viverem o desespero na precariedade, outros porque deixaram de poder pagar os colégio aos filhos, por causa, da perda dos abonos, entre outros.
A geração à rasca é constituída por desempregados, sem perspectivas de futuro, por jovens que têm um emprego mas que nunca irão exercer uma profissão dentro da sua área de formação, na qual investiram grande parte da sua vida e para a qual sacrificaram dinheiro. É uma geração hiper-qualificada, completamente estraçalhada, sem margem para se libertar e tornar-se verdadeiramente independente. Incluem-se também neste grupo outras gerações, qualificadas à pressa, sem qualidade, por decreto, para inglês ver e a estatística aplaudir. Presentes ainda estiveram milhares de trabalhadores que viram o seu vencimento reduzido, roubados pelo governo que tantos legitimaram, no qual confiaram e que lhes mentiu e continua a enganar descaradamente.
Gerações à rasca são ainda os milhares de jovens explorados em estágios não remunerados ou a trabalharem com um livro de recibos que a constituição de um qualquer país civilizado proíbe. Já leram a nossa?
Geração à rasca são também milhões,de pessoas que perderam subsídios, e viram as suas pensões reduzidas ou congeladas e sem acesso a medicamentos que os próprios hospitais já começam a cortar. A justiça podre. A saúde miserável. Os impostos que corroem até aos ossos e minam um tecido empresarial cada vez mais fraco, os depósitos de gasolina cada vez mais vazios e os carrinhos de supermercado menos cheios. A luz, a água, o gás, o pão, o café, o açúcar, tudo, mas tudo mais caro.

Conclusão

Desta feita, após esta manifestação os intervenientes esperam claramente que o nosso executivo tome medidas rapidamente…
Novos e velhos, todos estamos à rasca. Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens. Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles. A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço? Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta. Pode ser que nada/ninguém seja assim.


Elaborado Por: Rui Santos

Crónica: Joana Lavoura


“Geração à Rasca”, foi o nome que deram à manifestação, apoiada por 60 mil adeptos nas redes sociais, que levou cerca de 300 mil Portugueses a sair à rua, em forma de protesto. Espalhados pelas principais cidades do país, uniram-se contra o Estado que os mantém no buraco, denunciaram a crise, a falta de emprego, a ausência de perspectivas e o desaparecimento de ajudas que poderiam contribuir para o desenvolvimento do nosso país.
Vivemos na aparência até aqui.
Agora queremos clamar a nossa revolta e dizer não.
Não a esta estagnação que está a levar inúmeras famílias à miséria.
Não à falta de investimento na saúde.
Não à falta de protecção dos idosos carenciados, a quem sugam tudo.
Não às políticas de ensino, que cada vez mais relegam para segundo plano o interesse das crianças, dos jovens, dos filhos deste país.
Não à mutilação dos Direitos humanos.
A Geração à Rasca são os jovens, os idosos, os de meia-idade, os que já tiveram tudo, os que nunca tiveram nada, presos na ideia de quem espera solução, mas permanece a olhar e nada recebe. Outros, os que mandam, vestem os fatos de circo, mas nós já não soltamos gargalhadas e já não escondemos o nosso desespero nem a nossa revolta de estarmos encalhados neste enredo a que dão o nome de crise…
A manifestação da Geração à Rasca foi possível, graças ao impacto das redes sociais, e da comunicação cada vez mais facilitada, porque todos nós temos uma página Facebook, uma caixa de correio electrónico, entre outros, onde a informação circula livremente e é visível a todos, onde tudo o que pensamos poderá ser ou não uma ideia futura de melhoria.
O impacto que teve mostra a vontade de usufruir de um direito fundamental: o direito à liberdade de expressão. Poder dizer claramente as opiniões políticas, não ficar no impasse, sentado no sofá. Agir!
Vamos dizer sim ao debate, focando-nos em perspectivas de ideias novas e criativas para sair deste poço de mentiras e de farsas, que arruínam qualquer brilho de esperança! Vamos procurar matar a nossa sede de uma melhoria, de bem-estar, de crescimento para o que o nosso país possa evoluir. Há tanta gente aqui que parece estar conformada com esta ditadura camuflada de Democracia!


Joana Filipa da Silva Lavoura.

Juventude Perdida


Caminhava pela rua da Sé no Porto e deparei-me com um grupo de sem abrigos, entre eles estava um jovem estavam sentados num canto num descampado que reconheci era o Lisboeta sua alcunha, para muita gente ele era o terror: roubava, sequestrava entre outras coisas ganhamos alguma afinidade e contou-me a história da vida dele.
Ele nasceu em Lisboa dai vir a alcunha de Lisboeta, o pai era um toxicodependente e a mãe era prostituta.
Frequentemente era obrigado a pedir e a roubar para matar a ressaca do pai.
Certo dia, sai para a rua para conseguir dinheiro para o vício do pai, mas farto de tanto abuso e da vida que tinha decidi-o fugir.
Na estação de santa Apolónia apanhou um comboio para o Porto.
Esta ideia de vir para o Porto, esta ideia tinha um sentido era a esperança de melhorar a sua vida encontrando a sua tia mas a tia era alcoólica e o tio agressivo.
Partiu novamente e não teve outra solução se não a de roubar para subir na vida e para sobreviver mas não correu como esperava, fez um sequestro foi apanhado e foi para a cadeia.
Assim cumpriu uma pena de dois anos de prisão.
Quando saiu da cadeia com medo de lá voltar foi viver para as ruas da Sé onde a miséria é agora sua vizinha.
Tal como este jovem outros desherdados da vida, com saudades de uma infância que não viveram, tentam compensar aquilo que não tiveram com a ilusão de “ viver” ao roubar.
Julgam existir só porque têm boas roupas e sapatilhas de marca não só com os roubos mas outros com o tráfico.
De vez em quando o “Lisboeta” continua a roubar para se sentir vivo.
Como ele, outros com as mesmas histórias iguais outros diferentes cometem este tipo de crimes, roubando, traficando etc… para sentirem-se superiores aos outros jovens da sociedade que tiveram uma vida bela os chamados “filhinhos do papa”.

Elaborado por: Joel Silva/ Leandro Simão


Isto retrata a realidade do nosso mundo agora pensem!!

04 março 2011

Bom Feriado


Bom Carnaval (para os foliões)
Bom descanso (para os outros)