A Fada Oriana
de Sophia de Mello Breyner Andresen
Oriana era uma fada muito bonita, meiga e carinhosa. Um dia, a Rainha das fadas deu-lhe a responsabilidade de tomar conta da floresta.
A partir daquele dia, Oriana passou a olhar pela velha que mal via, pelo moleiro e seus três filhos, pelo lenhador e seus setes filhos e pelo poeta.
O peixe, como modo de agradecimento, elogiou a sua beleza, dizendo-lhe para ver o seu reflexo na água. Oriana ficou tão espantada com a sua própria beleza que a partir desse dia se esqueceu na promessa que fizera à Rainha: nunca mais ajudou o moleiro, o lenhador, a velha nem o poeta, a ponto de todos saírem da floresta. Oriana acabou por perder as suas belas asas, pedindo-as muitas vezes à sua Rainha.
A história vai se desenrolando, até ao dia em que Oriana, muito triste, viu a pobre da velha a caminho de casa. Quase cega, ia caindo numa ribanceira. Oriana correu a seu encontro agarrou-a por um braço, puxou-a com muita força, mas não ia conseguindo. A sua Rainha, ao ver a sua bondade, devolveu-lhe as asas.
Oriana ficou tão contente que nunca mais abandonou a sua floresta e todos aqueles que com ela contava
Maria do Céu Nunes.
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